
Assim como é fácil falar "nós vencemos" na vitória, também é muito fácil falar "eles perderam" na derrota.
Em um esporte onde a emoção (sempre) irá falar mais forte e em tempos onde sua voz e opinião é ouvida e vista por todos, torna-se muito mais difícil perceber o óbvio e saber reconhecer e abraçar a atual situação da seleção.
O buraco vem lá de 2006 e fora amenizado em 2010. As Confederações de 2013 e a Copa de 2014 se tornaram aberrações do destino. Quando desacreditada, surpreendeu. Quando superestimada, se perdeu.
De um ápice de um quadrado mágico, de Ronaldo's e outros mais, para Neymar e... é, apenas Neymar.
Assim como na vida que tem fases e momentos de evolução e transição, no futebol não é diferente, ainda mais por se tratar de "vidas" que literalmente vemos crescer e evoluir.
Não houve uma transição, uma "passada de bastão" entre a grande e vitoriosa geração 2002-2006 para a geração 2010-2014.
Este elo de ligação não ocorreu, principalmente por aqueles que notadamente seriam os ganchos de conexão, como Adriano, Kaká e Ronaldinho, e pelo planejamento errôneo de se apagar tudo que foi feito se não houver vitória (leia-se, vencer a Copa do Mundo).
Não adianta lamentar e ficar cavando em buraco de concreto, buscando o porquê de não ter acontecido essa transição, resta agora vislumbrar e projetar o futuro.

7x1 foi o fundo do poço e para voltar ao topo, é necessária uma reconstrução.
E numa obra, não se espera uma parede bonita, pintada e enfeitada antes desta parede ser levantada ao custo de muita sujeira, cimento e tijolo.
O jeito é ter calma e (muita) paciência.
A seleção brasileira está em reconstrução.
Luís Sérgio Carvalho
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